No alto da montanha...

No alto da montanha...
Capilla del Monte - Cerro Uritorco - Argentina

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Uma segunda-feira!!


Hoje foi mesmo uma baita de uma segundona. O tempo aqui virou radicalmente e começou a fazer um friozinho. Não gosto de frio, mas estava um calor tão demasiado que estou até achando bom. Acordei cedo e morta de cansada. Minhas noites têm sido mesmo muito complicadas para dormir, não entendo o que está acontecendo. Durmo já pela madrugada, rolando na cama, e acordo por toda noite. Mas enfim, acordei e fui pra aula. A coisa já estava complicada na semana passada quando via que todos da sala sabiam falar e entender bem o espanhol. Pois é, agora a coisa só piorou! Muitos alunos disseram que queriam trocar para outro nível, que o da nossa classe era muito baixo para eles. Mas.... a professora achou melhor aumentar o nível da turma como um todo. O curso vai ter o título de básico, mas será perto do intermediário. Aiai! Quando ela deu essa notícia, falando: “todos aqui já estão muito avançados”, eu tive que mostrar que eu existo ué. Paguei caro também e não posso ser ignorada não, rs. Perguntei educadamente sobre o meu caso, como seria já que eu nunca estudei espanhol e entrei para o curso para aprender o básico. Mas ela disse que em geral todos os brasileiros acompanham muito bem. Não fiquei muito contente com esta situação, mas bola pra frente! Como diz minha amiga Déborah, “é o que tem pra hoje!” ficar reclamando para quê?! Agora tenho que dar um jeito de conseguir me adaptar ao meio. Bom, aula iniciada e até fiquei mais feliz. Eu consegui acompanhar tudo. Mas acompanho no sentido de entender tudo o que está sendo passado, mas muitas coisas não serão passadas porque todos já sabem. A galera está a fim de tirar uma boa nota no teste final e por isso querem avançar. Eu já desliguei desse botão do teste, não estou pressionada com ele não e estou tranqüila para tirar uma nota baixa, pois no meu caso acredito que não dará pra ser diferente.

Hoje almocei com outra aluna da sala e foi ótimo, conseguimos conversar por um tempão e nos compreendemos bem. No final da aula conheci duas brasileiras que são do mesmo programa, mas estão em outro nível. Bom demais ver gente como a gente! Hehe Fisicamente os americanos são tão diferentes de mim, que quando vi as brasileiras me senti em casa!

Depois da aula teve uma reunião. Voltei para casa morrendo de fome e fiquei procurando um lugar onde se vendia criollos (salgadinho típico daqui que ainda não conhecia) onde se pudesse comer sentado a uma mesa. Não achei e fui para casa preparar um sanduíche natural. Aí logo, por coincidência, Maria Rosa chegou com uns criollos. Oba! Matei a curiosidade, mas não são muito diferentes dos nossos salgadinhos assados brasileiros não. Na verdade ela havia comprado para gente, porque recebemos a Melyssa aqui na nossa casa hoje. Ótimo, agora temos mais uma integrante! Aqui todos chamam os membros de uma casa, estudantes, como hermanos e vivemos mesmo como irmãos, muito bacana!

Não pude receber Melyssa muito bem porque tinha um compromisso. Hoje se iniciou uma turma de meditação no Ananda Marga daqui (centro de meditação que vou em BH) e eu já havia marcado (comigo mesma, rs) de ir. Mas estava confusa como ia fazer para chegar até lá, porque é um pouco distante e teria que pegar um ônibus. Distante para o pessoal daqui é quando não se pode ir a pé. Aí vendo o meu embaraço e minha grande determinação em ir, Maria Rosa quis me levar e assim fui. Na jágrit (casa da meditação) foi um pouco diferente do que eu pensava, porque a programação não é como a de BH. Assim, me senti um pouco deslocada (embora fiquei bastante feliz porque o instrutor falou por uma hora seguida e eu entendi tudo! Rs).  Mas... (como já havia escrito) estou sempre cercada por boas pessoas e nada acontece por acaso! Não era à toa que eu estava ali! Antes de começar a meditação comecei a conversar com uma senhora que estava lá. Ela já freqüenta a jágrit há mais tempo. Aí em meio às conversas ela contou que tem uma filha que viaja o mundo vendendo artesanato e que agora está aqui em Córdoba. Aí eu disse que estava fazendo também, mas ainda não estava sabendo ao certo como é o esquema por aqui. Na mesma hora ela disse que é para eu me encontrar com a sua filha, que sem dúvidas ela vai me dar dicas e pode me ensinar a fazer coisas novas. Ual! Amei! Sem contar que a senhora era pura simpatia. Depois que terminamos a meditação, fui me informar como fazia para ir embora e ela muito simpática disse que estava de carro e me levaria. Haha. Isso sempre acontece na jágrit de BH. Sempre ganho caronas. É mesmo um costume espontâneo, um ajudar ao outro. Achei que a minha casa era no caminho dela e aceitei. Na verdade, ela deu uma volta gigante do seu caminho de casa só para me levar embora. E no carro falou que estava muito contente por poder conversar e ajudar uma pessoa de fora. E pareceu mesmo feliz! Contou-me que sua filha está grávida, que tem oito netos e por aí vai o portunhol funcionando. Trocamos contato para nos encontrarmos depois. Mais uma sorte a minha!

Chegando em casa todos nos reunimos para jantar, um espaguete servido pela dona da casa como boas vindas para Melyssa. Conversamos até tarde e lá pras 22:30h fui fazer meu dever de casa, e acabou a segundona!

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