Hoje foi mesmo uma baita de uma
segundona. O tempo aqui virou radicalmente e começou a fazer um friozinho. Não gosto
de frio, mas estava um calor tão demasiado que estou até achando bom. Acordei cedo
e morta de cansada. Minhas noites têm sido mesmo muito complicadas para dormir,
não entendo o que está acontecendo. Durmo já pela madrugada, rolando na cama, e
acordo por toda noite. Mas enfim, acordei e fui pra aula. A coisa já estava
complicada na semana passada quando via que todos da sala sabiam falar e
entender bem o espanhol. Pois é, agora a coisa só piorou! Muitos alunos
disseram que queriam trocar para outro nível, que o da nossa classe era muito
baixo para eles. Mas.... a professora achou melhor aumentar o nível da turma
como um todo. O curso vai ter o título de básico, mas será perto do
intermediário. Aiai! Quando ela deu essa notícia, falando: “todos aqui já estão
muito avançados”, eu tive que mostrar que eu existo ué. Paguei caro também e
não posso ser ignorada não, rs. Perguntei educadamente sobre o meu caso, como
seria já que eu nunca estudei espanhol e entrei para o curso para aprender o
básico. Mas ela disse que em geral todos os brasileiros acompanham muito bem. Não
fiquei muito contente com esta situação, mas bola pra frente! Como diz minha
amiga Déborah, “é o que tem pra hoje!” ficar reclamando para quê?! Agora tenho
que dar um jeito de conseguir me adaptar ao meio. Bom, aula iniciada e até fiquei
mais feliz. Eu consegui acompanhar tudo. Mas acompanho no sentido de entender
tudo o que está sendo passado, mas muitas coisas não serão passadas porque
todos já sabem. A galera está a fim de tirar uma boa nota no teste final e por
isso querem avançar. Eu já desliguei desse botão do teste, não estou
pressionada com ele não e estou tranqüila para tirar uma nota baixa, pois no
meu caso acredito que não dará pra ser diferente.
Hoje almocei com outra aluna da
sala e foi ótimo, conseguimos conversar por um tempão e nos compreendemos bem. No
final da aula conheci duas brasileiras que são do mesmo programa, mas estão em
outro nível. Bom demais ver gente como a gente! Hehe Fisicamente os americanos
são tão diferentes de mim, que quando vi as brasileiras me senti em casa!
Depois da aula teve uma reunião. Voltei
para casa morrendo de fome e fiquei procurando um lugar onde se vendia criollos
(salgadinho típico daqui que ainda não conhecia) onde se pudesse comer sentado a
uma mesa. Não achei e fui para casa preparar um sanduíche natural. Aí logo, por
coincidência, Maria Rosa chegou com uns criollos. Oba! Matei a curiosidade, mas
não são muito diferentes dos nossos salgadinhos assados brasileiros não. Na verdade
ela havia comprado para gente, porque recebemos a Melyssa aqui na nossa casa
hoje. Ótimo, agora temos mais uma integrante! Aqui todos chamam os membros de
uma casa, estudantes, como hermanos e vivemos mesmo como irmãos, muito bacana!
Não pude receber Melyssa muito
bem porque tinha um compromisso. Hoje se iniciou uma turma de meditação no
Ananda Marga daqui (centro de meditação que vou em BH) e eu já havia marcado
(comigo mesma, rs) de ir. Mas estava confusa como ia fazer para chegar até lá,
porque é um pouco distante e teria que pegar um ônibus. Distante para o pessoal
daqui é quando não se pode ir a pé. Aí vendo o meu embaraço e minha grande
determinação em ir, Maria Rosa quis me levar e assim fui. Na jágrit (casa da
meditação) foi um pouco diferente do que eu pensava, porque a programação não é
como a de BH. Assim, me senti um pouco deslocada (embora fiquei bastante feliz
porque o instrutor falou por uma hora seguida e eu entendi tudo! Rs). Mas... (como já havia escrito) estou sempre
cercada por boas pessoas e nada acontece por acaso! Não era à toa que eu estava
ali! Antes de começar a meditação comecei a conversar com uma senhora que estava
lá. Ela já freqüenta a jágrit há mais tempo. Aí em meio às conversas ela contou
que tem uma filha que viaja o mundo vendendo artesanato e que agora está aqui
em Córdoba. Aí eu disse que estava fazendo também, mas ainda não estava sabendo
ao certo como é o esquema por aqui. Na mesma hora ela disse que é para eu me
encontrar com a sua filha, que sem dúvidas ela vai me dar dicas e pode me
ensinar a fazer coisas novas. Ual! Amei! Sem contar que a senhora era pura
simpatia. Depois que terminamos a meditação, fui me informar como fazia para ir
embora e ela muito simpática disse que estava de carro e me levaria. Haha. Isso
sempre acontece na jágrit de BH. Sempre ganho caronas. É mesmo um costume
espontâneo, um ajudar ao outro. Achei que a minha casa era no caminho dela e
aceitei. Na verdade, ela deu uma volta gigante do seu caminho de casa só para
me levar embora. E no carro falou que estava muito contente por poder conversar
e ajudar uma pessoa de fora. E pareceu mesmo feliz! Contou-me que sua filha
está grávida, que tem oito netos e por aí vai o portunhol funcionando. Trocamos
contato para nos encontrarmos depois. Mais uma sorte a minha!
Chegando em casa todos nos reunimos
para jantar, um espaguete servido pela dona da casa como boas vindas para
Melyssa. Conversamos até tarde e lá pras 22:30h fui fazer meu dever de casa, e
acabou a segundona!
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