No alto da montanha...

No alto da montanha...
Capilla del Monte - Cerro Uritorco - Argentina

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

E um sambinha na Plaza San Martín



Hoje fui para aula quase que arrastada, de tanto sono que sentia por causa da noite mal dormida. E essa noite ainda foi até melhor, consegui dormi de meias e edredon, coisa que estava com saudades de fazer. Mas como todos os outros dias, acordei por toda a madrugada. Fui caminhando com Melyssa para aula e acho que fui a pior hermana possível. Nosso primeiro dia juntas e eu mal consegui pensar, quanto menos conversar em espanhol. Mas ela estava na mesma soneira e me entendeu bem. Na aula, de novo a mesma história e acho que vai ser assim por todos os dias. Várias regras gramaticais foram ignoradas pela professora, porque “todos” já sabiam! Na hora do intervalo foi muito engraçado porque uma colega de sala se ofereceu para me ajudar, segundo ela porque quando me olha durante as aulas estou sempre com cara de “ham?!” rs. Expliquei pra ela que entendo a aula, mas acho que o que está sendo descartado é importante para que eu acompanhe o conteúdo e que consiga fazer os exercícios (isso está muito difícil). Assim ela se dispôs a me dar umas aulinhas quando eu quiser.

Mas na verdade... ah, tem hora que não dá vontade de querer não. Fico mesclando entre a vontade de estudar para valer para perder essa dificuldade que tenho e a vontade de apenas aprender o básico, o essencial para sobrevivência viajante, que é meu único objetivo. Sei lá o que quero, se quero aproveitar porque já estou aqui e essa é uma oportunidade ouro pra eu aprender bem, ou se quero ser a Kelly real que não gosta de estudar. Sou muito mais prática do que estudiosa. Gosto de fazer as coisas, por a mão na massa é comigo mesmo! Mas estudar confesso que nunca foi minha preferência. Se me colocam para trabalhar, aí beleza, dou até a minha última gota de suor para que o trabalho saia bem feito, mas ficar decorando regras gramaticais...

Depois da aula saí para fazer as compras básicas. O leite acabou e tinha que comprar coisas para cozinhar também, já que decidi levar a tal da quentinha pra aula. Aí deu no que dá sempre... hehe! Dei um milhão de voltas pelas ruas e acabei caminhando cerca de duas horas. Eu estava morta de cansada e um pouco nervosa com o ritmo da aula, tudo o que eu queria era dormir, até que cheguei na Plaza San Martín. Ah essa praça! Estou realmente muito encantada com este lugar! É um dos pontos onde me sinto melhor por aqui. Quando sento em um destes bancos alguma energia passa por mim e me sinto realmente feliz! Lá e em seu entorno se vê um pouco de tudo: camelôs, artesãos, jovens, idosos, muitas compras, pássaros, lojas, enfim, um agito de centro da cidade e ao mesmo tempo uma sutileza. Uma alegria nas pessoas que parecem sentir a brisa tocar seus rostos quando caminham pela Plaza. E também se vê a biblioteca municipal que é simplesmente fascinante. Sou maravilhada com sua fachada e posso imaginar como é belo seu interior, que não pude conhecer, pois quando cheguei faltavam apenas cinco minutos para fechar.

E hoje meu encontro com a praça foi um tanto quanto engraçado. Na verdade lá não era meu destino, mas de repente comecei a escutar o som de um sambão e, obviamente, tive que segui-lo. Caí na praça em meio a uma apresentação de uma mini escola de samba. Parecia um pedacinho de Brasil aqui. Mas só parecia um pouquinho na verdade, o som era o mesmo das baterias das escolas brasileiras, mas as dançarinas... rsrs Acho que o gingado das brasileiras (que eu não tenho) só as brasileiras mesmo viu?! Tem jeito não! Mas eu não sei bem o que era o grupo e o que estavam apresentando, talvez seja algo daqui.

Enfim, saí para comprar um leite e um arroz e fiquei duas horas caminhando pelas ruas encantadoras dessa cidade.

Um comentário:

  1. Pois é... mesmo quando não é tocada por brasileiros, fora de casa nossa música é um chamado às raízes...Somos mais brasileiros na casa dos outros.

    ResponderExcluir