Hoje
fui para aula quase que arrastada, de tanto sono que sentia por causa da noite
mal dormida. E essa noite ainda foi até melhor, consegui dormi de meias e
edredon, coisa que estava com saudades de fazer. Mas como todos os outros dias,
acordei por toda a madrugada. Fui caminhando com Melyssa para aula e acho que
fui a pior hermana possível. Nosso primeiro dia juntas e eu mal consegui
pensar, quanto menos conversar em espanhol. Mas ela estava na mesma soneira e
me entendeu bem. Na aula, de novo a mesma história e acho que vai ser assim por
todos os dias. Várias regras gramaticais foram ignoradas pela professora,
porque “todos” já sabiam! Na hora do intervalo foi muito engraçado porque uma
colega de sala se ofereceu para me ajudar, segundo ela porque quando me olha durante
as aulas estou sempre com cara de “ham?!” rs. Expliquei pra ela que entendo a
aula, mas acho que o que está sendo descartado é importante para que eu
acompanhe o conteúdo e que consiga fazer os exercícios (isso está muito
difícil). Assim ela se dispôs a me dar umas aulinhas quando eu quiser.
Mas
na verdade... ah, tem hora que não dá vontade de querer não. Fico mesclando
entre a vontade de estudar para valer para perder essa dificuldade que tenho e
a vontade de apenas aprender o básico, o essencial para sobrevivência viajante,
que é meu único objetivo. Sei lá o que quero, se quero aproveitar porque já
estou aqui e essa é uma oportunidade ouro pra eu aprender bem, ou se quero ser
a Kelly real que não gosta de estudar. Sou muito mais prática do que estudiosa.
Gosto de fazer as coisas, por a mão na massa é comigo mesmo! Mas estudar
confesso que nunca foi minha preferência. Se me colocam para trabalhar, aí
beleza, dou até a minha última gota de suor para que o trabalho saia bem feito,
mas ficar decorando regras gramaticais...
Depois
da aula saí para fazer as compras básicas. O leite acabou e tinha que comprar
coisas para cozinhar também, já que decidi levar a tal da quentinha pra aula.
Aí deu no que dá sempre... hehe! Dei um milhão de voltas pelas ruas e acabei
caminhando cerca de duas horas. Eu estava morta de cansada e um pouco nervosa
com o ritmo da aula, tudo o que eu queria era dormir, até que cheguei na Plaza
San Martín. Ah essa praça! Estou
realmente muito encantada com este lugar! É um dos pontos onde me sinto melhor
por aqui. Quando sento em um destes bancos alguma energia passa por mim e me
sinto realmente feliz! Lá e em seu entorno se vê um pouco de tudo:
camelôs, artesãos, jovens, idosos, muitas compras, pássaros, lojas, enfim, um
agito de centro da cidade e ao mesmo tempo uma sutileza. Uma alegria nas
pessoas que parecem sentir a brisa tocar seus rostos quando caminham pela Plaza.
E também se vê a biblioteca municipal que é simplesmente fascinante. Sou maravilhada
com sua fachada e posso imaginar como é belo seu interior, que não pude
conhecer, pois quando cheguei faltavam apenas cinco minutos para fechar.
E
hoje meu encontro com a praça foi um tanto quanto engraçado. Na verdade lá não
era meu destino, mas de repente comecei a escutar o som de um sambão e, obviamente,
tive que segui-lo. Caí na praça em meio a uma apresentação de uma mini escola
de samba. Parecia um pedacinho de Brasil aqui. Mas só parecia um pouquinho na
verdade, o som era o mesmo das baterias das escolas brasileiras, mas as dançarinas...
rsrs Acho que o gingado das brasileiras (que eu não tenho) só as brasileiras
mesmo viu?! Tem jeito não! Mas eu não sei bem o que era o grupo e o que estavam
apresentando, talvez seja algo daqui.
Enfim,
saí para comprar um leite e um arroz e fiquei duas horas caminhando pelas ruas
encantadoras dessa cidade.
Pois é... mesmo quando não é tocada por brasileiros, fora de casa nossa música é um chamado às raízes...Somos mais brasileiros na casa dos outros.
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