Impressionante lembrar que antes
de fazer a minha viagem eu entrei em contato com algumas redes de Córdoba e
todos disseram que aqui não tinha Carnaval. Eu, turista e desavisada já fui a
duas festas, como podem dizer que não tem? A meu ver, essa informação errônea é
uma desvalorização dos carnavais populares que são realizados na cidade. De certa
forma pode ser até bom, porque assim se conserva seu caráter estritamente
popular. Nas festas as pessoas se apresentam para o povo e não fazem
espetáculos para gringo ver. Mas muito me incomodou perceber que os eventos das
comunidades e dos pequenos grupos de músicas tradicionais daqui não são
considerados como carnavais a serem divulgados.
Enfim, críticas à parte, eu sei é
que me diverti demais nesse sábado! Os carnavais foram meus melhores dias aqui,
os dias em que me senti mais à vontade. Engraçado é que eu estava com um povo
de longeeee, mas estava muito bem! Eu havia marcado de ir ao Carnaval com
David. David é o garoto que conheci através de Gaston. Assim... Laura, minha
amiga do Brasil, mandou um e-mail para seu amigo da Argentina Gaston dizendo
que eu estava aqui. Gastón tinha acabado de voltar para Buenos Aires e me
mandou o contato de David que vive e trabalha em um hostel de Córdoba. Assim,
conheci David e não conheci Gaston. Logo, eu e David fomos rumo ao nosso
segundo passeio. Dessa vez ele não estava acompanhado de 1 italiana, mas sim de
5 franceses e 1 norueguês, rs. Foi muito divertido essa mistura de gente de um
tanto de lugares e que se deu super bem! Gostei demais da turma. David,
argentino, é pura simpatia e uma pessoa de ótima vontade para ajudar com
qualquer coisa. É muito divertido e agradável. Gosto muito da idéia de ter sua
companhia! Com as três francesas me identifiquei à primeira vista. No outro
sentido da frase, me parece que nós falamos a mesma língua. Super nos
entendemos! Os outros dois franceses são mais na deles, mas são bacanas também.
E o norueguês... Ah o norueguês.... acho que é um dos homens mais lindos que eu
já conheci na vida!!
Bom, eu e essa turma fomos para o Carnaval de Murgas no Parque Sarmiento. Foi a primeira vez que visitei o parque, mas como o evento era logo na entrada não conheci muita coisa, mas pude ver que era um lugar muito agradável, de bastante verde. A festa foi super tranqüila e divertida ao mesmo tempo. Era um desfile de vários grupos de Murgas. Foi uma apresentação muito nova para mim, um estilo de dançar totalmente diferente e interessante. Muito popular! Haviam adolescentes, adultos e criancinhas muito pequenas se apresentando. Impressionante o tamanhozinho dos meninos e meninas de caras pintadas que dançavam até deitar no chão. Achei curioso também que não se estava vendendo nenhum tipo de bebida alcoólica, e mesmo assim o público estava ali, grande e alegre. É bem verdade que tenho gostado muito de tomar um Fernet, mas me encanta a iniciativa de um evento sem álcool e mais ainda a resposta do público de se divertir bastante da mesma forma. Penso que poderia ser assim em muitos outros lugares!
Chegamos por volta de umas 20 e
saímos umas 23h do Parque. Ainda estava muito cedo para voltar para casa e
fomos para a casa de uma das francesas. Aí a turma triplicou. A casa era de
estudantes, então nos juntamos a mais argentinos e colombianos. Só gente boa! No
Parque eu também havia me encontrado com Rafael, garoto que conheci no primeiro
carnaval e que depois fui a um churrasco na casa de seu amigo. Rafael é um
cantor, tocador, dançarino e conquistador barato. Kkk. Ele me diverte por ser
assim. Ele está sempre em busca de um alvo e é um cara muito alegre. Acabei fazendo
um acordo com ele, ele me ensina a dançar e eu o ajudo nas suas conquistas. Assim,
apresentei uma das francesas para ele e não tardou para ele aparecer com seus
amigos e violão na casa em que estávamos. Virou uma mistura enorme de gente. Adoro
isso! O Rafael conquistador não conseguiu atingir a sua mira francesa, mas... oba,
enquanto todo mundo estava sentado batendo papo, estávamos nós dançando. Hehe. Aqui
não tenho mesmo vergonha de errar e descobri que somos tão mais felizes sem
vergonhas bobas. Ele me ensinou um pouquinho de Quarteto e um pouquinho de Cumbia.
Não deu para aprender de verdade não, mas deu para rir bastante.
Lá pelas tantas da manhã estávamos
todos com muito frio e resolvemos ir conhecer os tão famosos “boliches”, que
são tipo as boates daqui, não tem nada a ver com o boliche jogo. Por todos os
dias que estou aqui dizia que não ia em um lugar desses de jeito nenhum. Mas naquele
frio não demorei muito a mudar de idéia. E mudei de idéia também porque eu
gosto de conhecer os lugares que são “típicos” da vivencia das cidades que
estou conhecendo. Então encarei tipo como uma experiência antropológica. E acima
de tudo fui porque sabia que estava com uma galera bacana, que também tem
gostos como o meu, então eu não ficaria muito deslocada. Fomos e na primeira em
que entramos estava simplesmente insuportável de ficar. Um lugar lotado, todo
mundo espremido e o que estava tocando????? Axé e funk brasileiro. Ah nem,
senti vergonha quando percebi que o povo pensa que isso é a música de verdade
do Brasil. Ah, nenhum de nós agüentamos e saímos de lá rapidinho. Fomos para outro
“boliche” e aí sim, confesso que até gostei um pouquinho. Deu para divertir um
pouco mais porque também tocava Cumbia e Salsa que são coisas que realmente
gosto e isso dava para eu me mexer alegre de verdade, ainda mais com o Deus
Grego dançando comigo, hehe.
Às seis da manhã acabou a farra e
voltamos todos contentes. E eu feliz também por ter encontrado “gente como a
gente”, gente com coisas em comum a mim. Tem momentos que isso me parece difícil
de acontecer. Sei lá se sou meio ET, mas vai ter gente diferente assim viu... E
esse encontro acabou renovando o meu astral que havia dado uma baixa na última
semana.
A única coisa muito chata que
aconteceu, enquanto voltávamos, foi que a francesa foi “meio” roubada. A brasileira
que eu conheci no ônibus do Brasil para Argentina havia me alertado que aqui
não tem muito assalto à mão armada, mas que havia muitos furtos discretos e
ligeiros. E assim foi! Aqui as pessoas andam nas ruas por toda à noite. Como é
uma cidade universitária, não existem ruas desertas no centrão. Então é comum
que as pessoas circulem de madrugada andando a pé mesmo. Mas tem que estar
sempre alerta, como em todo lugar! Voltávamos em grupo, caminhando e quando
atravessamos a rua, em menos de um terço de segundo um motoqueiro com um garupa
passou e puxou a bolsa da garota. A sorte foi que ele só levou a bolsa, porque
ela se abriu e todas as coisas caíram no chão e assim a francesa conseguiu
recuperar tudo de importante. Parece-me que esse tipo de assalto é muito comum
aqui!
No domingo eu e meus hermanos fomos juntos ao cinema. Fomos assistir "As aventuras de Pi" em 3d. Geniallll!!! Adorei o filme, gostei muito de sair com os dois hermanos e fiquei mega feliz que pude assistir a um filme em espanhol e entender tudo. Tá certo que grande parte era mais imagem do que fala, mas eu estava contente mesmo assim. rs. O filme é mega interessante e eu recomendo demais à todas as pessoas assistirem em 3d. As cenas da natureza são lindíssimas. O problema é só que no meio do temporal do filme eu ficava sem ar, como se a tempestade estivesse realmente em cima da minha cabeça e eu fosse morrer afogada, rsrs. Não sei porque tenho que ser sensitiva com filmes!
Depois do cinema encontrei com a turma de franceses de novo e a Melyssa foi comigo. Fomos primeiro à Plaza Intendencia onde as pessoas se reúnem semanalmente para dançar salsa. Achei genial, uma caixa de som no meio do piso, que virou uma pista, e o povo bailando. O problema foi só que chegamos um pouco cedo e o movimento estava um pouco parado. Assim não ficamos muito e caminhamos para a tão querida feira de artesanatos. Em seguida rodamos até encontrar um lugar para sentar e comer. Aí Rafael, conquistador, ligou para a francesa chamando para um bar onde ele e seu amigo iam tocar. Fomos a turma toda para lá. Adorei, tocaram Caetano Veloso, Sozinho para mim, bom demais! Mas logo voltamos, todos, porque o cansaço do dia anterior falou mais alto.
Depois do cinema encontrei com a turma de franceses de novo e a Melyssa foi comigo. Fomos primeiro à Plaza Intendencia onde as pessoas se reúnem semanalmente para dançar salsa. Achei genial, uma caixa de som no meio do piso, que virou uma pista, e o povo bailando. O problema foi só que chegamos um pouco cedo e o movimento estava um pouco parado. Assim não ficamos muito e caminhamos para a tão querida feira de artesanatos. Em seguida rodamos até encontrar um lugar para sentar e comer. Aí Rafael, conquistador, ligou para a francesa chamando para um bar onde ele e seu amigo iam tocar. Fomos a turma toda para lá. Adorei, tocaram Caetano Veloso, Sozinho para mim, bom demais! Mas logo voltamos, todos, porque o cansaço do dia anterior falou mais alto.
Esse foi um fim de semana muito
bom e que literalmente sacudiu meu astral!
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