No alto da montanha...

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Capilla del Monte - Cerro Uritorco - Argentina

sábado, 16 de março de 2013

A despedida rendeu uma semana de farra



Talvez por causa da desculpa de que meus dias em Córdoba estavam acabando, saí muito muito de quinta a quinta-feira e me diverti bem na minha última semana. A começar pelo dia da prova de espanhol. Depois que terminou o exame tudo que eu queria era relaxar. Comecei com um sorvete do Grido, o melhor sorvete que já tomei e depois um bom cochilo para descanso. Em seguida fui com Melyssa, Laura e Rafa para um evento em homenagem ao dia das mulheres realizado pela prefeitura municipal. Aconteceu no Teatro Griega que, como o nome sugere, tem sua arquitetura no estilo grego e é lindo. O teatro está dentro dos limites do Parque Sarmiento, então a beleza já inicia na caminhada até chegar à sua escadaria composta por muitas colunas ornamentadas. 

O evento foi realizado com a apresentação de vários grupos de mulheres e as músicas eram da melhor qualidade. Lá encontramos com mais alguns amigos de Rafa e eu encontrei com Luisa, uma das brasileiras que estudam espanhol na universidade. Conversar com Luisa é sempre muito agradável e de alguma maneira tentamos juntar todas as turmas. Ao fim chegou também a outra brasileira Karine. E Rafa nos convidou para ir a uma festa na casa de um amigo e eu convidei as brasileiras, formamos um grande grupo compostos por intrusos, como eu, e fomos a uma comemoração de um cara que tinha acabado de se formar em direito. A festança foi bem animada. É divertido que aqui as festas como as dos calouros no Brasil acontecem apenas quando a pessoa se forma. Compreende-se que a comemoração tem que ser feita quando a pessoa chega ao fim do curso, mostrando sua persistência. Então fomos para a festança de muita música e danças folclóricas. Depois eu, Karine e Rafa seguimos para um bar que se chama Manolo. Eu e o bar fomos paixão a primeira vista, adorei o lugar. Mas ficamos só por um tempo, porque chegamos tarde e aqui, por lei,  os bares se fecham às 05h00. Depois levei Karine para dormir na minha “habitação” porque ela estava morando em outra cidade e não tinha como voltar para casa. Foi super engraçada a minha missão de entrar com ela em casa escondido e abrir a porta para ela sair, depois que acordamos, sem ninguém ver. Parecia uma missão secreta, haha. 

Na sexta-feira foi o dia da preguiça. Estávamos todos com sono e os três hermanos sozinhos em casa. Assim, eu e David resolvemos “vaguear” (é como se diz aqui quando quer ficar de preguiça) juntos vendo um filme. Assim fomos ver o preferido dele, que também é um que eu adoro de paixão, In to the Wild. Depois Mely se juntou a nós e nos esparramamos todos pela sala. Eu mais dormi do que assisti e acabamos não chegando ao final. A Camila, minha amiga brasileira que vive em Córdoba e que me indicou vir para cá me ligou dizendo que tinha voltado para casa e me convidou para ir até lá. Assim deixei o filme e fui.
A casinha onde Camila vive com seu namorido é muito aconchegante, é um barracãozinho do jeito que eu sonho em ter. O único problema é a localização, é em uma rua muito perigosa que o taxista estava até com medo de me deixar lá. Proseamos bastante e eu comi queijooooooo de Minas, aí que alegria que fiquei! Depois fui tentar encontrar com a turma das saídas, mas acabei me desencontrando com eles e voltei para casa.

No sábado fui com Melyssa e os amigos norte argentinos para uma festa que se chama Chaya. É como um carnaval de estudantes que a farra é feita a base de muita farinha e álcool. Eu fiquei somente de leve no Fernet e como não estava “borracha” como os outros curti de uma forma mais suave e fiquei observando os vários estudantes se trumbicando no chão de bêbados. A festa estava bacana, mas a galera tava em uma onda mesmo de estudantes que não é muito a minha praia não. Foi aí que comecei a conversar mais com Mário, um da turma dos meninos de Salta que eu e Mely costumamos sair. Mário é fotógrafo, estudante de cinema e admirador de antropologia. Ficar escutando suas idéias durante um bom tempo de prosa enquanto os outros bebiam e caiam foi muito interessante. Era como se não estávamos no meio da bagunça e entramos para o mundo dos documentários, depoimentos, tribos indígenas e tudo mais que começamos a imaginar enquanto víamos nossas idéias em comum. Deu muita vontade de fazer um trabalho de parceria, mas a minha condição de viajante não estaria muito propicia para isso. Depois de muita farinha no corpo voltamos para casa. Eu e Mely tomamos um banho e fomos com nossa amiga Laura e os meninos para o aniversário de um amigo deles. Aí o sono já estava pesado e não conseguimos desfrutar tanto. 

Domingo não restava mais pique para nadinha, mas fui dar uma volta na feira de artesanatos para me despedir dela e para comprar uma lembrancinha para a dona da casa. Ia me juntar lá com Melyssa e Laura, mas nos desencontramos. Aí voltei para casa e finalmente dormi mais cedo.

Entrou a nova semana e a farra continuou. Segunda – feira Karine e Luisa queriam despedir porque logo iam voltar para o Brasil. Lá fomos nós para o Manolo bar com a Camila e o namorido e alguns amigos dela! Depois chegou meu amigo David do hostel e mais uma vez juntamos as turmas em um portunhol truncado.
Quarta-feira fui convidada pelo amigo Hare para uma inauguração de um centro cultural, onde ele e seu grupo iam tocar música indiana. Fui ao evento com Mário. Assistimos à bela apresentação dos cantos dos mantras e conversamos sobre a inauguração daquele Centro Cultural em um bairro de periferia, a sua significância e importância para a região e muitos papos que se seguiram em um bar que só tocava Bossa Nova. Quis sair do Brasil por um tempo, mas adoro quando vou a um lugar que se toca as boas músicas brasileiras. 

E quinta-feira era dia da despedida. Escolhi o Manolo bar de novo. A terceira vez em uma semana, mas lá era tão bom que valia a pena. Escrevi uma cartinha virtual aos novos amigos e à noite fomos eu, Mely, Laura, David (hermano), Mário e Ferd para fazer um brinde de boa sorte para a minha ida. Comemos umas boas empanadas e tomamos umas Brahmas (e o Brasil de novo por perto). Depois seguimos para casa de Mário, onde já havíamos ido há umas semanas quando ele fez um assado com folclore. Fizemos uma mistura de aulas de dança de bachata e forró e depois chegou Martin e Rafa que, como de costume, colocaram o violão para tocar. Os meninos tocaram umas três músicas brasileiras para mim, muito carinhosos! E aí fechou-se a farra de despedida de Córdoba.



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