Mesmo estando
nas minhas férias, que me dei de presente, mesmo estando longe da minha rotina
habitual, o que nunca me abandona são minhas dúvidas. Eu sou muito firme no que
quero, mas isso só depois que eu decido o que realmente desejo. Agora, o
caminho até a decisão é mesmo muito longo. Sempre troco de idéias do dia para a
noite. Deito com um pensamento e desperto com outro.
Aqui não está
diferente. Eu até tento abandonar a idéia de me preocupar com trabalho, currículos
e outros afins, mas no fundo acabo nunca conseguindo. Assim, nesses dias em que
me aproximo da minha partida, comecei a pensar muito na idéia de ficar por aqui
mais um tempo. Não sei. Primeiro estava decidida que só queria viajar e
conhecer novos lugares. Depois fiquei pensando que se fico aqui por mais um
tempo é melhor para me aprofundar no espanhol, ainda mais se faço umas aulas
particulares. Mas a idéia de permanecer em Córdoba por mais um mês me assustava
quando a palavra “permanecer” vinha à tona. Aqui não quero permanecer, criar
vínculo, nessa viagem só quero passar. E também ficar mais um mês tendo aula
como três vezes por semana em uma hora e ter o restante do tempo em ócio me
assustava. Por outro lado, a experiência de mais um mês em espanhol seria
excelente.
Enfim, depois de
muitas dúvidas resolvi simplesmente ir fazendo as coisas e deixar para ir
percebendo como elas iam se encaixar. Um amigo, em uma conversa muito
importante, me disse por aqui que tenho que parar de pensar e simplesmente
sentir. Pensei mesmo nisso, mas o problema é que sinto demais. Sinto tudo
muito, e cada hora para um lado. Resolvi então ir fazendo e deixando para ver
os resultados.
Na terça-feira
passei o dia na casa da Camila para ela me ajudar a fazer o meu currículo em espanhol. Demoramos
um bom tempo, mas conseguimos ajustar as coisas. No dia seguinte saí para
distribuir na cidade. A idéia era, para o caso de eu ficar mais um tempo na
cidade, não ter o tempo em ócio e ocupar com alguma coisa na minha área que pudesse
acrescentar em minhas experiências. Assim, saí em um dia de muita chuva para
buscar um trabalho voluntário. Isso me parecia terrível, mas o mais estranho
foi ver que além de tudo o trabalho voluntário era uma coisa difícil de se
conseguir. Fui à alguns museus, a Secretaria de Cultura e o único que se
demonstrou com maior interesse em receber um trabalho voluntário e que leu meu
currículo e gostou das experiências foi o museu da Universidade Nacional. A
senhora que me atendeu disse que há um trabalho a ser feito exatamente na minha
área. O problema é que ela disse que lá não existe ninguém fazendo trabalho
voluntário, então não sabia se daria certo.
Enfim, fiz o que
pude para uma das opções que é permanecer. Escrevi que minha disponibilidade
era a partir de 5 de abril até 5 de maio e resolvi seguir viagem deixando o
barco correr. Se até o início de abril eu tiver uma resposta positiva, vou
tentar sentir o que meu coração vai dizer sobre se estou mesmo afim de mais um
mês em Córdoba ou não. Se não surgir nenhuma resposta favorável, sei que não
volto para a cidade para ficar por mais tempo, mas volto para buscar minha mala
que deixei e penso se pego algumas aulas particulares por pouco tempo. Vou
seguindo e vou vendo no que dá!
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