No alto da montanha...

No alto da montanha...
Capilla del Monte - Cerro Uritorco - Argentina

sábado, 13 de abril de 2013

Em Valpo...


O primeiro destino do Chile era Valparaíso. Quando o ônibus estava chegando à rodoviária, passava por ruas muito charmosinhas e eu fica com a frase na cabeça “que lindo!”. Assim fiquei uns dez minutos de “que lindo!” até que em um momento a imagem me fez pensar: “hum que feio!” aí logo em seguida pensei: “imagina se aqui é Valpo?!” Bem – vinda, nesse momento cheguei a minha cidade de destino! Hehe Eu já sabia que a cidade era como os morros das favelas do Brasil, então não me assustei muito, mas que a chegada era feia era!

Valparaíso é como as favelas com muitos morros de casas simples. Mas o que atrai os turistas é o clima artístico e boêmio que compõe essa região, que também se encontra em um porto marítimo. Fui para lá curiosa para conhecer a cidade que meus amigos mineirinhos tinham acabado de voltar encantados com o lugar. E realmente, só a chegada que era feia!

Quando cheguei à rodoviária fui procurar um ponto de informações turísticas e só encontrei nas ruas, era um quiosque na calçada. Ali com a minha mala fiquei esperando a moça terminar de atender a um casal para depois me atender. No muito tempo que esperei fiquei morrendo de medo de algum pivete me roubar. A sorte que dei de ter que ficar parada ali foi a de ter conhecido Marieta, que acabou tornando a minha companhia por uns bons dias.

Enquanto eu esperava a fila se formou com uma menina de mochilão nas costas, parada atrás de mim. Ela era tão bonita e delicadinha, achei divertida a cena dela com aqueles equipamentos de viagem de aventura. Como ela parecia ter a minha idade e estava sozinha, imaginei que também ia para um hostel e perguntei se ela tinha algum para me indicar. Ela também estava buscando, então pegamos um mapa e seguimos juntas. Que loucura que foi a nossa busca!

Marieta é do tipo garota esperta, despachada. Não é como eu que para entender um mapa tem que sentar e ficar uns bons minutos analisando. Ela simplesmente pega e vai. Logo eu acabei meio que “seguindo” ela que comandava os caminhos. Assim fomos acertando e errando muitas ruas. Foi um verdadeiro desastre minha chegada em Valparaíso. Nós duas pegamos um ônibus até o centro da cidade. A minha mochila não cabia em lugar nenhum e eu ainda não estava acostumada com aquela nova moeda em que uma passagem custa 220 pesos, que equivale a menos de 2 reais, mas que a quantidade de números me assustava. Por isso deixei o motorista nervoso e todo mundo me olhando feio. Quando descemos tivemos que pegar um elevador para chegar ao alto do morro que íamos. Chegamos às ruas de pedra onde a mala de rodinhas não podia funcionar e eu tive que sair carregando um chumbo danado. Subimos e descemos a mesma rua várias vezes e quando por fim eu encontrei um espaço para usar a mala no chão, a rodinha estragou de novo e o jeito foi carregar muitos quilos por muitos minutos. No meio desse estresse e com quatro calos que se formaram na minha mão, nós paramos em um hostel que estava caro, mas estava fácil de parar.

Depois de descansar um pouco e tomar banho nós duas fomos comer uma pizza que estava incrivelmente deliciosa e voltamos para o hostel sem ir em busca das noitadas da cidade. No dia seguinte saímos pela manhã e trocamos para um hostel mais barato, depois saímos para conhecer os pontos turísticos. Fomos às partes mais altas dos morros para avistar a cidade, mas tivemos um baita azar porque o céu estava coberto de nuvens. Conhecemos uma galeria de arte, tiramos umas fotos das casinhas coloridas e das ruas com grafite, conhecemos algumas praças, almoçamos e por fim andamos muito pela cidade, até cansar.





Eu enfiei na cabeça que queria ver a uma peça de teatro e fomos a outro ponto de informações turísticas. Ganhamos um caderninho de programação das atividades culturais e um ingresso para assistir o que pensamos que era a peça de teatro para a noite.

Antes do evento cultural fomos ao mesmo restaurante que almoçamos, porque tínhamos gostado muito de lá, para jantar e tomar um bom Pisco Sour. Quando chegamos ao teatro, na verdade nos demos conta que era um filme que ia passar. E... não tinha ninguém, tínhamos um teatro todo apenas para a gente. Depois chegaram mais uns quatro gatos pingados. E o filme nada mais era que brasileiro. Eu podia ter achado isso bom, mas a vontade que eu tinha quando busquei a programação foi a de conhecer a cultura local, então não gostei. Para piorar era um filme muito antigo de duas horas de duração. Não conseguimos ficar e com meia hora voltamos para o hostel.

Na outra manhã saímos com nossas malas para a rodoviária. Para a minha sorte a funcionária do hostel me ajudou a consertar a mala e já sabíamos o melhor caminho para pegar o ônibus, assim, a saída foi bem melhor que a chegada. Deixamos nossas bagagens na rodoviária e fomos conhecer uma intervenção de grafiti que tinha sido feita nas ruas de um morro há poucos dias. Subimos a pé e curtimos muito os belos desenhos e depois descemos por um elevador que saia em um grande túnel. Legal! E no caminho para a rodoviária tinha uma feira onde as pessoas vendiam suas coisas, roupas, objetos e também tinham barracas de frutas e verduras. Achei muito bacana e claro que comi umas frutinhas deliciosas!

Depois pegamos um ônibus e seguimos para a cidade de Viña del Mar. Minha passagem por Valparaíso foi bem menor do que o previsto. Eu tinha pensado em ficar uns cinco dias, mas como ia ter uma manifestação um pouco pesada por lá e como vou seguindo a viagem com a programação que faço a cada dia, acabei saindo com pouquinho tempo.

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